Segurança e Saúde em escolas, experiência “in loco”.

06-01-2015 23:49
Lembro-me ainda quando da minha formação em técnico de segurança do trabalho na minha pequena cidade. Naquele momento em que se findou o curso, me veio à mente a possibilidade de criar mecanismos para explorar tudo o que foi visto no longo percurso como estudante, e que de forma aguerrida impor ao meu próximo que devíamos despertar-nos para tais questões relativas à saúde. É... Realmente um garoto sonhador.
Formado no magistério desde 1995, me veio à tona uma possibilidade de desenvolver em escolas alguns projetos que possibilitariam uma junção entre educação e  segurança  do  trabalho,  o  que 

para mim era uma união extremamente normal, mas que causava incongruência no ponto de vista dos gestores educacionais do município.
O primeiro passo seria a apresentação do projeto para o executivo municipal, o que para mim era a oportunidade certa frente à venda da “vida” através de palestra em todas as instituições escolares. A proposta foi aceita com entusiasmo e compreenderam que do filão riquíssimo existente naquela temática poderíamos despertar uma ótica voltada para estas questões.
Fechamos todo aquele mês de março, e em meio ao afogadilho, preocupava-me a escolha dos temas, afinal iríamos trabalhar no que mais gostávamos, falar, e falar bem.
Lembro-me da primeira semana que de forma contumaz abordamos sobre LER/DORT, em um ambiente onde educadores que ao mesmo tempo são colaboradores do estado, sofriam com dores em regiões lombares e formigamentos em membros superiores, e que de maneira curiosa nos focava com interesse surpreendente na condução do tema pelo palrador.
Percebemos que houve naquele dia uma preocupação com o assunto, de maneira que passamos á muito do horário previsto. Pude observar a carência de informação sobre Segurança e Saúde naquele ambiente onde reina o “saber”. Afinal! Instituições de ensino não abrigam colaboradores também? E se isso fosse disseminado de modo mais didático compondo a grade. Um breve pensamento somente, mas não custava nada sonhar.
Caminhamos com os trabalhos e fomos para ACIDENTES DOMESTICOS, queríamos acima de tudo despertar não somente no docente, mas também no discente os riscos provenientes em cada casa, e como se deveriam observar as muitas condições e atitudes inseguras nas residências. De forma tenaz compreenderam que atitudes e condições estavam intrinsecamente ligadas ao comportamento do ser humano em suas múltiplas facetas, foi mais um assunto para resto daquela noite.
Encerramos com um pedido do Prefeito Municipal um dia antes da ultima apresentação. O chefe do executivo nos pediu que falássemos da Norma Regulamentadora 32 relativa às instituições de saúde, e que todos os colaboradores desta área iriam ser dispensados para apreciação daquele tema em especial.
Estávamos em uma escola, recebendo médicos, enfermeiros e seus auxiliares juntamente com professores e alunos em um único momento. Devo confessar que naquele mês houve uma revolução no pensamento de todos para estas questões relativas à segurança. Permeamos por entre conscientes de pais, filhos e trabalhadores de uma comunidade carente por conhecimento.
Esta foi sem duvida uma sensacional experiência primaria acoplada aos meus conhecimentos pedagógicos que de maneira positiva favoreceu em muito o andamento daquele projeto.
Compreendi que o conhecimento por um tema especifico, não diminui em nada o processo de construção intelectual de cada ser, e que o local para o inicio desta formação é justamente a escola, local do “saber” em todas as sua modalidades, formas e dinamismos.

Francisco Mendes.

 

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